quinta-feira, 6 de março de 2014

Prólogo – Believe

Para todos aqueles que não estão informados no novo rumo da história, leiam aqui!

“Eu ouvi sua voz... Foi então que me senti mais viva!”


Eu estava lá, deitada novamente naquela cama de hospital. O som do rádio soava baixo dentro do quarto enquanto mamãe lia suas costumeiras revistas. Faz um tempo que as coisas estão assim, paradas e rotineiras. Aos 12 anos tive uma recaída forte, minha cabeça latejava e meu corpo doía, estava em estado instável e parecia que cada parte do meu corpo poderia se tornar pó a qualquer instante. Com 14 anos me encontro internada, são dois anos passando por procedimentos, exames e testes que possam certificar aos médicos que estou melhor para voltar a minha rotina normal.
São raras às vezes em que vejo meu pai sorrir e minha mãe se preocupa a cada instante, não me deixa sozinha nem por um segundo. Nada mais parece ser normal. Eu vivo entre quatro paredes brancas durante 24 horas, todos os dias, há dois anos. Eu sentia como se não fosse mais uma pessoa, e sim um brinquedo quebrado que necessitava de reparos.
Eu mantinha meus olhos fechados quando, bem baixo no rádio, ouvi uma voz relaxante e doce. Na escuridão em que me encontrava, era como se um anjo cantasse sua mais bela canção ao pé de meus ouvidos. Senti um desejo de mais e abri os olhos, mirando-os a minha mãe.
- Mamãe? – chamei.
- Sim, querida.
- Poderia aumentar o volume do rádio, por favor? – ela assentiu e caminhou até o aparelho.
Eu continuei a ouvir aquele belo som, música era uma das poucas coisas que me mantinham viva dentro daquele lugar, mas aquela doce e sutil voz fez com que eu me sentisse bem o bastante para levantar-me, correr pelos corredores e sair do hospital, sentindo o sol quente queimando devagar meu rosto e sorrir sabendo que o mundo poderia ser meu novamente. Poderia ouvir aquela voz minha vida toda.
- “E esse foi Justin Bieber com seu primeiro single One Time. Nas próximas horas, mais sobre o novo astro teen que conquistou o mundo com sua simpatia.”. – o locutor terminou de falar e minha mãe tornou a baixar o som.
- Gostou da música, filha?
- Gostei da voz, me fez bem. – sentei-me devagar na cama.
- É uma bela voz. Ouvi falar dele enquanto assistia o jornal da televisão da lanchonete.
- Qual mesmo seu nome?
- Justin Bieber.
Sorri abertamente com os olhos vidrados na parede quadriculada a minha frente.
- Está tudo bem, querida? – perguntou mamãe, passando as mãos em meus cabelos.
- Justin Bieber. – repeti, ainda sorrindo.


Continua...

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