sábado, 8 de março de 2014

1º Capitulo – Believe

“E é em casa que eu me sinto um ser humano de verdade.”


P.O.V Avalanna
Acordei espontaneamente naquela manhã, abri os olhos devagar percebendo a luminosidade fraca que o sol lá fora deixava entrar em meu quarto. Levantei-me preguiçosamente e caminhei até minha janela, abrindo as cortinas brancas e me sentando a bancada, minhas pernas flexionadas como um X. Lá fora eu via meu pai cortando a grama verde do quintal da frente enquanto mamãe podava suas belas flores. Sorri ao lembrar-me de que estava em casa e nada aqui se parecia eternamente mórbido.
Deixei a bancada e dei poucos passos até meu banheiro, liguei o registro de água do chuveiro e despi-me entrando em seguida. A água morna escorria por meu corpo e molhava meus cabelos tão docemente, me relaxava e mostrava-me que eu não precisava mais de ajuda para me lavar.
Saí do banheiro vinte minutos depois, o corpo envolto de uma toalha branca felpuda. Abri meu armário e tirei de lá uma muda de roupa para passar o dia, deixa-a sobre a cama e vesti-me de lingerie. Retornei até minha cama e vesti-me, saindo do quarto em seguida.
- Bom dia família. – disse quando cheguei na varanda da frente, vendo meus pais ainda no jardim.
- Bom dia filha. Tem waffles na mesa pra você. – disse mamãe, assenti.
- Bom dia, pequena. – gritou papai mais a frente.
Entrei novamente em casa e guiei-me até a cozinha, onde encontrei um prato repleto de waffles com caramelo a minha espera. Servi um copo de suco de laranja e me sentei à mesa saboreando o doce café da manhã. Ouvi a porta da sala sendo aberta e julguei que meus pais haviam terminado seu trabalho matinal, porém ouço gritinhos entrando na cozinha e viro-me na cadeira.
- Avalanna. – grita a ruiva alta que por acaso é minha melhor amiga.
- Martina. – em um pulo eu já a abraçava com a saudade eminente.
- Nossa, como você tá linda. Parece bem melhor. – comentou.
- Eu? Olha pra você, toda luxuosa. Me conta como foi sua viajem pra Alemanha.
- Depois, termina de comer e eu te conto tudo.
Assenti e me sentei terminando as ultimas garfadas do café da manhã. Deixei o prato e o copo na pia e puxei Martina até meu quarto, que ficou deslumbrada dizendo “Você passa cinco anos em um hospital com paredes brancas e sem vida, mas nunca perde o dom da beleza.”. E logo depois estávamos sentadas em minha cama tagarelando sobre a Alemanha.
- Você tem que ir lá um dia. É maravilhoso. Existem pessoas que não acham a Alemanha o melhor lugar para turismo, mas eu discordo. Foi incrível passar um ano e meio lá, são todos tão simpáticos.
- E sua família lá? Como eram.
- Eles eram riquíssimos, o que me deixou um pouco desconfortável no inicio. A mansão em que viviam tinha 8 quartos, 6 banheiros, duas piscinas, uma casa de hospedes, academia, garagem para os 4 carros luxuosos que eles tem, uma área de equitação, campo de golfe...
Interrompi – Como você não se perdia lá dentro? – franzi o cenho.
- Acredite, me perdi mais vezes do que posso contar. – e então rimos.
- Mas agora você está aqui com sua amiga classe média. – mandei-lhe um beijo no ar.
- Prefiro isso a trilhões de dólares. – e então nos abraçamos novamente.

P.O.V Justin
Eu estava escorado na parede da ala de embarque, a mochila pendendo nos ombros e o celular na mão. Esperava pelo meu voo com rumo à New York onde passarei alguns dias em estúdio. Tudo está tão complicado agora. São rumores e mentiras, criticas e julgamentos, as pessoas acham que eu sou um arrogante sem coração que faz as coisas horríveis por prazer. É horrível sentir que ninguém mais sabe o quão bom você é.
- Justin, o avião está a nossa espera. – comentou Ryan chamando-me atenção.
- Estou indo, cara.
Guardei o celular no bolso da calça e caminhei ao lado de meu melhor amigo para dentro do avião. Encontraremos meu pai por lá e eu estou feliz com isso, pois faz meses que não vejo meus irmãos e sinto mais saudades do que posso aguentar.

P.O.V Avalanna
- Eu tive uma ideia. – gritou Martina levantando-se da cama.
- Que ideia?
- Vamos sair. Fazer compras, nos divertir.
- Ah não. – resmunguei.
- “Ah não”? – repetiu indignada – Vamos sim, são quatro horas da tarde e estamos desde as onze da manhã aqui colocando o papo em dia.
- E isso não é bom? – franzi o cenho.
- Não, não é. Você precisa de um brilho novo, Lanna.
- Brilho novo?
- Sim. Vamos fazer compras e jantamos pela cidade.
Bufei rendendo-me – Tudo bem. Vamos achar meu brilho. – fui irônica enquanto me levantava.
- É isso aí, amiga.
Ri enquanto caminhava até meu armário, escolhendo algo bom o bastante para um fim de tarde e uma noite na cidade. Peguei uma roupa e acenei para Martina perguntando se ela queria tomar um banho, ela disse que sim e correu para o banheiro. Separei minha roupa sobre a cama e fui até minha penteadeira arrumando os cabelos, maquiei-me com pouco e logo me vesti, esperando Martina.
Depois de vinte minutos, a ruiva deixou o banheiro e caminhou até meu armário onde escolheu uma roupa bem princesa, típico dela. Esperei por mais vinte minutos e estávamos prontas.

- Mãe? – chamei ao pé da escada.
- Na sala. – ela gritou em resposta, caminhamos até lá.
- Eu e Martina vamos para a cidade, tudo bem?
- Claro, só não voltem tarde.
- Pode deixar. – beijei sua bochecha.
- Tchau Senhorita Routh. – disse Martina, educada.
- Tchau meninas, tenham uma boa noite.
Saímos de minha casa e caminhamos lado a lado até o Mini One conversível de Martina estacionado paralelo à calçada. Entrei e coloquei o sinto de segurança, levando meus dedos ao rádio em seguida. A ruiva deu partida ao som de Dark Horse, da Katy Perry, e cantávamos em uníssono e riamos aos erros de pronunciação.
- Nós vamos nos divertir muito. – comentou Martina.
- Eu espero que sim, por que você me tirou da cama. – rimos.


Continua...

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