Já de volta em casa, entrei sem
conversar com ninguém, passei reto pela sala e subi ao meu quarto. Depois do
momento tenso entre mim e Justin na praia, só o que eu queria era deitar em
minha cama e acordar daqui setenta anos. O que aconteceu? Depois que eu peguei
Justin, nós quase nos beijamos. Foi tão perto de um beijo. Ele até colocou suas
mãos em meu rosto. Mas então Jaxon pulou nas minhas costas, e me ajudou a
escapar do que poderia ser o maior erro da minha vida.
Entrei em meu quarto e joguei a mochila
no chão, me jogando de barriga na cama. Dei um grito abafado pelo travesseiro em
meu rosto e suspirei forte. Depois de longos minutos, me levantei e caminhei
até meu banheiro. Tomei um banho demorado para tirar de meu corpo toda a areia
impregnada relembrando-me da tarde divertida que eu tive. Saí enrolada em uma
toalha e ouvi alguém batendo em minha porta.
- Entra.
- Oi filha. Como foi sua tarde? –
perguntou minha mãe, sentando-se em minha cama.
- Foi divertido. Jazmyn enfrentou
uma das garotas que Justin estava ficando. – ela riu fraco, assim como eu.
- Essa pequena tem coragem. –
assenti – Então, é sete horas, o que acha de jantarmos juntos essa noite?
- Claro. Vai ser legal.
- Tudo bem. Esteja pronta as oito,
ok? – assenti. Ela caminhou até mim, segurou minha bochecha com a mão direita e
beijou minha testa delicadamente. – Senti sua falta, querida.
- Eu também, mamãe. – sorrimos e
ela se retirou.
Andei até meu armário e vesti minha
lingerie, juntamente de um moletom grande. Voltei para minha cama e liguei meu
notebook. Passados uma hora, levantei-me novamente e me vesti para o jantar,
passando um rímel e brilho labial em seguida.
- Estou pronta. – anunciei quando
cheguei à sala.
- Então vamos, princesa. – disse meu
pai, passando seus braços por meus ombros.
(...)
O final de semana se passou
corrido, logo eu estava acordando na segunda feira ao som do liquidificador na
cozinha. Abri meus olhos preguiçosos e me levantei para um banho. Já desperta,
escovei os dentes e prendi meus cabelos longos em um rabo de cavalo, voltando ao quarto e me vestindo em seguida.
Peguei minha mochila e desci as
escadas calmamente, chegando à cozinha e sentindo o delicioso cheiro da batida
de frutas de minha mãe. Meu copo da bebida já estava sob a mesa, juntamente de
uma torrada com manteiga. Sentei-me depois de beijar a bochecha de meus pais e
então me alimentei calmamente. Olhei para o relógio e eu tinha dez minutos para
estar na escola, chamei pelo meu pai e ele me deu uma carona antes de ir para
seu trabalho.
- Ei piranha, me escapou nesse
final de semana, não é? – perguntou Ashley assim que eu entrei na escola.
- Desculpe.
- Sem problemas. Fui passar o final
de semana inteiro em Calabasas com
minha tia.
- Meredith? – perguntei, abrindo
meu armário.
- Essa mesma. Que outra tia que eu
tenho que é rica o bastante para ter uma casa lá? – rimos.
(...)
Os três períodos de aula se
passaram rápidos e engraçados. Como de costume, Ryan me fazia rir a cada minuto
e eu quase fui expulsa da sala duas vezes. Agora saíamos juntos e rindo a beça
a caminho do refeitório. Parei na máquina de lanches e comprei um pacote de
balas de ursos, minhas preferidas. Logo eu estava no pátio, já que o som raiava
no céu, mas o vento fresco melhorava a manhã.
- Ah, sol. – falou Ashley
suspirando. Ela estava sentada e apoiava seu corpo com os braços atrás de si,
tomando o seu delicioso banho de sol.
- Olá meninas bonitas.
- Ah, oi Justin. – ele balançou a
cabeça em minha direção – Ei, Ryan, você comeu todas as minhas balas?
- Desculpe. – ele disse, de boca
cheia.
- Idiota. – murmurei enquanto ele
passava seu braço por meus ombros me olhava manhoso.
- Vai ficar brava?
- Eu comi duas balas.
- Eu busco mais pra você. – sorri como
uma criança e beijei sua bochecha, ele se levantou sumindo de minha vista.
- E qual é a sua com esse cara?
- O que foi? Não posso mais ter amigos?
– cruzei os braços.
- Ele não. – Justin disse,
indiferente.
- E por que não?
- Por que ele quer ser mais que seu
amigo. Eu vejo nos olhos dele.
- E que mal tem isso? – perguntei,
levantando a sobrancelha.
- E que mal tem isso? – ele repetiu,
mostrando sua indignação na face.
- Ele é bonito, e legal. – replicou
Ashley.
- Não importa. Ele é um babaca.
- Você nem o conhece.
- Conheço o tipo dele.
- O tipo dele? – balancei a cabeça
negativamente – E que tipo é o dele Justin? Galinha e canalha como você?
- Ei, olha como fala comigo.
- Vá se foder. – eu já estava
irritada com essa conversa.
- Prefiro foder outra pessoa.
- Nojento! – exclamei baixo.
- Aqui, suas balas de urso. – disse
Ryan, sentando-se ao meu lado e me entregando o pacote.
- Obrigada. – sorri fraco.
Justin murmurou algum xingamento e
se levantou batendo as mãos na calça, sumindo na multidão de alunos logo em
seguida. Não me importei em ir atrás ou saber o real motivo de sua irritação.
Apenas fiquei ali, conversando com Ashley e comendo minhas balas de urso
juntamente de Ryan.
(...)
O sinal do final do ultimo período soou
e eu suspirei aliviada. Recolhi minhas coisas e caminhei até meu armário,
guardando os livros que não precisava para a lição. Ryan apareceu ao meu lado e
me ofereceu uma carona para casa, de imediato eu aceitei.
Caminhando juntos para fora do
recinto escolar, Ryan contava o quão nojento era ver a sua professora de
história dar aula, o motivo: ela tinha uma verruga enorme no nariz, e a mesma continha
pelos. Ri enojada e continuamos nosso caminho até seu carro.
- Ei, Alana. – aquela voz rouca e
irritante soou atrás de mim.
- O que você quer Justin?
- Você está sem carro, eu sempre te
levo pra casa.
- Não precisa, Ryan vai me dar uma
carona.
- Como? – perguntou franzindo o
cenho.
- Vamos, Lana? – Ryan chamou-me
mais além.
- Eu tenho que ir.
- Mas... – ele foi interrompido por
um grito agudo chamando seu nome.
- Justin, meu amor, você pode me
levar pra casa? – perguntou Cassandra, alisando o ombro de Justin com seus
dedos.
- Claro, gata. Alana vai com o
babaca do Ryan mesmo.
- Não fale assim dele.
- Ah cale a boca. – me respondeu,
rudo.
- Ah, obrigada gatinho. – e então
ele a beijou, bem na minha frente.
Eles se beijavam com intensidade e
as mãos de Cassandra passeavam pelos cabelos lisos de Justin. A ânsia subiu-me
a garganta e reparei que prendia minha respiração desde que esse beijo começou.
Eles separam suas bocas molhadas e Cassandra me olhou com ignorância.
- Vai ficar vendo o show?
- Tchau. – virei às costas e senti
algumas lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. Limpei-as sorrateiramente e
entrei no carro de Ryan.
Continua...
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