quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

10º Capitulo – Change me



Já de volta em casa, entrei sem conversar com ninguém, passei reto pela sala e subi ao meu quarto. Depois do momento tenso entre mim e Justin na praia, só o que eu queria era deitar em minha cama e acordar daqui setenta anos. O que aconteceu? Depois que eu peguei Justin, nós quase nos beijamos. Foi tão perto de um beijo. Ele até colocou suas mãos em meu rosto. Mas então Jaxon pulou nas minhas costas, e me ajudou a escapar do que poderia ser o maior erro da minha vida.
Entrei em meu quarto e joguei a mochila no chão, me jogando de barriga na cama. Dei um grito abafado pelo travesseiro em meu rosto e suspirei forte. Depois de longos minutos, me levantei e caminhei até meu banheiro. Tomei um banho demorado para tirar de meu corpo toda a areia impregnada relembrando-me da tarde divertida que eu tive. Saí enrolada em uma toalha e ouvi alguém batendo em minha porta.
- Entra.
- Oi filha. Como foi sua tarde? – perguntou minha mãe, sentando-se em minha cama.
- Foi divertido. Jazmyn enfrentou uma das garotas que Justin estava ficando. – ela riu fraco, assim como eu.
- Essa pequena tem coragem. – assenti – Então, é sete horas, o que acha de jantarmos juntos essa noite?
- Claro. Vai ser legal.
- Tudo bem. Esteja pronta as oito, ok? – assenti. Ela caminhou até mim, segurou minha bochecha com a mão direita e beijou minha testa delicadamente. – Senti sua falta, querida.
- Eu também, mamãe. – sorrimos e ela se retirou.
Andei até meu armário e vesti minha lingerie, juntamente de um moletom grande. Voltei para minha cama e liguei meu notebook. Passados uma hora, levantei-me novamente e me vesti para o jantar, passando um rímel e brilho labial em seguida. 
- Estou pronta. – anunciei quando cheguei à sala.
- Então vamos, princesa. – disse meu pai, passando seus braços por meus ombros.
(...)
O final de semana se passou corrido, logo eu estava acordando na segunda feira ao som do liquidificador na cozinha. Abri meus olhos preguiçosos e me levantei para um banho. Já desperta, escovei os dentes e prendi meus cabelos longos em um rabo de cavalo, voltando ao quarto e me vestindo em seguida. 
Peguei minha mochila e desci as escadas calmamente, chegando à cozinha e sentindo o delicioso cheiro da batida de frutas de minha mãe. Meu copo da bebida já estava sob a mesa, juntamente de uma torrada com manteiga. Sentei-me depois de beijar a bochecha de meus pais e então me alimentei calmamente. Olhei para o relógio e eu tinha dez minutos para estar na escola, chamei pelo meu pai e ele me deu uma carona antes de ir para seu trabalho.
- Ei piranha, me escapou nesse final de semana, não é? – perguntou Ashley assim que eu entrei na escola.
- Desculpe.
- Sem problemas. Fui passar o final de semana inteiro em Calabasas com minha tia.
- Meredith? – perguntei, abrindo meu armário.
- Essa mesma. Que outra tia que eu tenho que é rica o bastante para ter uma casa lá? – rimos.
(...)
Os três períodos de aula se passaram rápidos e engraçados. Como de costume, Ryan me fazia rir a cada minuto e eu quase fui expulsa da sala duas vezes. Agora saíamos juntos e rindo a beça a caminho do refeitório. Parei na máquina de lanches e comprei um pacote de balas de ursos, minhas preferidas. Logo eu estava no pátio, já que o som raiava no céu, mas o vento fresco melhorava a manhã.
- Ah, sol. – falou Ashley suspirando. Ela estava sentada e apoiava seu corpo com os braços atrás de si, tomando o seu delicioso banho de sol.
- Olá meninas bonitas.
- Ah, oi Justin. – ele balançou a cabeça em minha direção – Ei, Ryan, você comeu todas as minhas balas?
- Desculpe. – ele disse, de boca cheia.
- Idiota. – murmurei enquanto ele passava seu braço por meus ombros me olhava manhoso.
- Vai ficar brava?
- Eu comi duas balas.
- Eu busco mais pra você. – sorri como uma criança e beijei sua bochecha, ele se levantou sumindo de minha vista.
- E qual é a sua com esse cara?
- O que foi? Não posso mais ter amigos? – cruzei os braços.
- Ele não. – Justin disse, indiferente.
- E por que não?
- Por que ele quer ser mais que seu amigo. Eu vejo nos olhos dele.
- E que mal tem isso? – perguntei, levantando a sobrancelha.
- E que mal tem isso? – ele repetiu, mostrando sua indignação na face.
- Ele é bonito, e legal. – replicou Ashley.
- Não importa. Ele é um babaca.
- Você nem o conhece.
- Conheço o tipo dele.
- O tipo dele? – balancei a cabeça negativamente – E que tipo é o dele Justin? Galinha e canalha como você?
- Ei, olha como fala comigo.
- Vá se foder. – eu já estava irritada com essa conversa.
- Prefiro foder outra pessoa.
- Nojento! – exclamei baixo.
- Aqui, suas balas de urso. – disse Ryan, sentando-se ao meu lado e me entregando o pacote.
- Obrigada. – sorri fraco.
Justin murmurou algum xingamento e se levantou batendo as mãos na calça, sumindo na multidão de alunos logo em seguida. Não me importei em ir atrás ou saber o real motivo de sua irritação. Apenas fiquei ali, conversando com Ashley e comendo minhas balas de urso juntamente de Ryan.
(...)
O sinal do final do ultimo período soou e eu suspirei aliviada. Recolhi minhas coisas e caminhei até meu armário, guardando os livros que não precisava para a lição. Ryan apareceu ao meu lado e me ofereceu uma carona para casa, de imediato eu aceitei.
Caminhando juntos para fora do recinto escolar, Ryan contava o quão nojento era ver a sua professora de história dar aula, o motivo: ela tinha uma verruga enorme no nariz, e a mesma continha pelos. Ri enojada e continuamos nosso caminho até seu carro.
- Ei, Alana. – aquela voz rouca e irritante soou atrás de mim.
- O que você quer Justin?
- Você está sem carro, eu sempre te levo pra casa.
- Não precisa, Ryan vai me dar uma carona.
- Como? – perguntou franzindo o cenho.
- Vamos, Lana? – Ryan chamou-me mais além.
- Eu tenho que ir.
- Mas... – ele foi interrompido por um grito agudo chamando seu nome.
- Justin, meu amor, você pode me levar pra casa? – perguntou Cassandra, alisando o ombro de Justin com seus dedos.
- Claro, gata. Alana vai com o babaca do Ryan mesmo.
- Não fale assim dele.
- Ah cale a boca. – me respondeu, rudo.
- Ah, obrigada gatinho. – e então ele a beijou, bem na minha frente.
Eles se beijavam com intensidade e as mãos de Cassandra passeavam pelos cabelos lisos de Justin. A ânsia subiu-me a garganta e reparei que prendia minha respiração desde que esse beijo começou. Eles separam suas bocas molhadas e Cassandra me olhou com ignorância.
- Vai ficar vendo o show?
- Tchau. – virei às costas e senti algumas lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. Limpei-as sorrateiramente e entrei no carro de Ryan.


Continua...

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