P.O.V Selena Gomez
Eu e Justin andávamos normalmente
pelas ruas do Canadá, nossa cidade natal. Gostávamos de caminhas pela praça
pela manhã, ver as crianças correndo para todos os lados, como fazíamos quando
pequenos. Tais lembranças me fazem sorrir largo, até demais.
- Quer tomar sorvete? – perguntou
ele sorrindo.
- Claro.
Fomos caminhando e rindo até a
sorveteria da esquina. O braço de Justin passava por cima de meus ombros, e um
meu passava por sua cintura. Eu ria da piada sem graça alguma que Justin
acabara de me contar. Meu sorriso é tão sincero ao lado dele. É como se não
existisse o amanhã. E, se a cada 15 minutos que rimos temos mais tempo de vida,
acho que só pelas suas piadas eu virei imortal.
- Um sorvete de creme e outro de
morango. – pediu ele para a garçonete assanhada que estava praticamente jogando
seus seios na cara de Justin.
- E mais uma coisa. – eu disse,
chamando a atenção da loira.
- Sim?
- Pare de olhar para o meu
namorado.
A loira oxigenada corou, virou as
costas e foi pegar nosso pedido. Os olhos de Justin estavam arregalados e ele
segurava o riso. Até nos sentarmos a mesa, e ele rir como uma hiena.
- Não precisava disso. – ele dizia,
ainda rindo.
- Ela era muito assanhada. Estava
prestes a abrir a blusa pra você.
- Mas ela era gata, Sel. – ele ria
um pouco menos agora.
- Não importa. Você nunca ficaria
com ela. – disse firme.
- E por que não, hein? – ele sorriu
fraco, desafiando-me.
- Por que sou sua melhor amiga e,
se eu digo não a você, é não.
Justin sorriu e deu um beijo
estalado em minha bochecha.
(...)
- And I-I-I-I-I, will always-s-s love you-u-u – cantávamos e riamos
eu e Justin.
Era quase como se tivéssemos seis anos novamente quando ouvíamos essa musica.
Paramos de cantar e caímos na
gargalhada. Estávamos sentados à beirada do lago perto de minha casa. Eu quase
rolava de rir na grama e Justin não estava diferente.
Quando finalmente paramos de rir,
estávamos frente a frente. Eu estava sentada com “pernas de índio” e Justin
também. Fomos normalizando nossas respirações. Eu olhava em seus olhos, e só
então me lembrei do quão era apaixonada por aquele mar de mel.
“Eu estava sentada na cadeira rosa no quanto da sala pequena. As outras
crianças riam sem parar como o filme sobre ursos que passava na televisão
pequena da sala de aula. Era o meu primeiro dia na escola nova, eu não tinha
amigo algum.
Levantei-me da cadeirinha e pedi à professora para beber água. Ela
assentiu e pediu para que eu não demorasse.
Quando eu abri a porta para sair da sala do segundo ano, a mesma bateu
com força em um menino loiro, e ele caiu no chão.
- Desculpe. – disse tímida e me agachando ao seu lado. Seus olhos estavam
fechados e sua testa sangrava.
- Tá tudo bem. – ele foi gentil.
Passei a manga de meu moletom pela sua testa, limpando o sangue que
escorria com cuidado, e então ele abriu os olhos. Meu pequeno coração pulsou
tão rápido, parecia que iria sair pela minha boca pequena a qualquer momento.
Eram olhos tão lindos. Tinham a cor daquele melado que mamãe me dava pela
manhã, dizendo ser feito pelas abelhinhas.
- Meu nome é Selena. – eu disse baixo, ainda olhando os olhos do menino.
- Sou Justin. – ele sorriu.”
Aquela lembrança fez com que eu
sorrisse, e Justin sorriu para mim, lembrando-me que seu sorriso poderia
iluminar a cidade inteira. Ele olhava fixamente em meus olhos, e às vezes
mirava meus lábios. Seus olhos tinham um brilho diferente agora. Estavam mais
dourados que o normal. Ele molhou os lábios.
- Sel... – chamou-me baixo.
- O que?
- Eu quero muito fazer uma coisa.
- O que? – repeti a pergunta.
- Só não fique brava.
Eu não pude ao menos responder ou
processar a informação, as mãos dele foram ágeis passando pelo meu rosto.
Justin selou nossos lábios devagar, assustando-me de primeira. Mas então senti
e entreguei-me, pois eu sabia que também desejava aquilo durante anos. Fechei
meus olhos devagar e apenas fiquei sentindo aqueles lábios quentes e rosados em
encontro aos meus. Ele pediu, delicadamente, passagem para a sua língua e eu
cedi. Justin era cuidadoso, mas explorava cada canto de minha boca. Nossas línguas
travavam uma guerra pacifica, sem violência. Senti então as famosas borboletas
no estomago. Parecia que o mundo a nossa volta havia desaparecido. Nada
existia, a não ser nós dois. Ali.
Depois de alguns minutos, a maldita
falta de ar veio nos atormentar. Justin parou o beijo com dois selinhos longos,
acariciando minha bochecha com seu polegar direito. Separamos nossos lábios e
ele sorria, assim como eu.
(...)
- Mas por que estamos aqui? –
perguntei pela décima vez.
Justin havia pedido para que eu me
aprontasse que iriamos jantar. Vesti então meu vestido preferido. Um azul de
alcinha, ele ia até o joelho. Estava usando minhas sapatilhas brancas e meu
cabelo estava preso em um rabo de cavalo bonito.
Justin levara-me até o lago em que
demos nosso primeiro beijo há um mês. Sim, estamos ficando há um mês.
- Feche os olhos. – ele pediu, sem
responder minha pergunta.
Eu revirei os olhos e então os
fechei, assim como ele pediu. Fui sendo puxada com carinho por Justin, e ele me
guiava por entre árvores. Eu sabia por que havia batido meu braço em uma delas.
- Pronto. Pode abrir. – ele
anunciou.
Abri meus olhos e vi ali uma coisa
extraordinária.
Havia luzes, como aquelas de natal,
formando a frase “namora comigo?” na grama verde. Outras dessas luzes
iluminavam as árvores, e alguns balões de gás estavam flutuando presos em
galhos.
Virei-me para ver Justin e ele
estava ajoelhado ao meu lado, segurando uma caixa pequena de veludo roxo.
Dentro dela havia um anel, um lindo anel.
- Justin... – minha voz estava
falha pela emoção.
- Selena Marie Gomez, além de minha
melhor amiga para a vida toda, - eu sorri – você aceita ser minha namorada?
- Sim. – eu disse balançando a
cabeça positivamente.
Justin pôs o anel em meu dedo
anelar da mão direita, e em seguida ergueu-me do chão em um abraço apertado
enquanto beijava meus lábios.
(...)
- E então amor, mandou a carta para
a faculdade? – perguntou Justin.
Estávamos deitados em minha cama,
minha cabeça estava apoiada em seu peitoral e ele acariciava meus cabelos
negros.
- Mandei. – disse – Mas estou com
anseio. Tenho 1 chance em 1000000 de conseguir essa bolsa.
- Você é a garota mais inteligente
que já conheci.
- Mas é Harvard, Justin. Não é
qualquer faculdade de Stratford.
(...)
- Feliz aniversário, amor. – disse
Justin todo sorridente, me entregando um buquê enorme de flores roxas e
brancas.
- Ai Justin. É lindo! – exclamei –
Obrigada. – ele selou nossos lábios em um beijo calmo.
- Não sei o que seria de mim sem
seu beijo. – sorri fraco e selei seus lábios.
(...)
Estava em casa, sozinha, jogada no
sofá assistindo televisão. Justin havia ido jogar basquete com os garotos na
cidade vizinha, onde tinham um torneio.
Ouvi uma batida fraca na porta e
levantei-me para ver quem era.
- Pois não? – perguntei assim que
abri a porta branca e grande de minha casa.
- Senhorita Gomez? – perguntou o
homem, vestido como carteiro.
- Sim, sou eu.
- Uma carta da Universidade Harvard. – ele estendeu o envelope branco até mim.
Minhas mãos começaram a tremer, mas
consegui então pegar o papel.
- Obrigada. – o homem assentiu e eu
fechei a porta.
Sentei-me no sofá, depois de
colocar o envelope na mesa de centro da sala. Fiquei encarando-o por alguns
minutos, com medo ou receio do que poderia estar escrito ali. Aquilo mudaria,
certamente, minha vida.
Depois de longos minutos, tomei
coragem e peguei o envelope branco com o símbolo da faculdade estampado no seu
lado superior à direita.
- Para Selena Marie Gomez, -
comecei a ler, e então, fiquei sem fala – Não acredito!
(...)
Hoje era o dia, talvez o dia em que
tudo mudaria.
Estava caminhando de mãos dadas com
Justin pelo parque. Eu ria das piadas dele e não conseguia esconder meu sorriso
apaixonado toda vez que ele sorria.
Depois de muito andar, nos sentamos
em um banco. Olhei nos olhos de Justin e então abri minha bolsa, tirando de lá
o mesmo envelope de dias atrás. Entreguei nas mãos do homem da minha vida, e
ele o olhara sem entender.
- Abre. – disse.
Justin abriu o envelope e começou a
lê-lo:
- É com grande orgulho que
informamos que a senhorita acabara de conseguir uma bolsa na Universidade
Harvard. - ele suspirou – Cambridge. – foi só o que disse.
- Eu consegui. – sorri fraco.
- Você conseguiu. – ele passou seu
braço pelo meu ombro e eu aconcheguei minha cabeça em seu peitoral.
-
3.466 km. – o ouvi sussurrar, e meu coração se apertou.
(...)
- Está na hora. – Justin disse,
colocando minha última mala no porta-malas do táxi que me levaria até o
aeroporto de Toronto.
- Justin... – minha voz quase não
se ouvia.
- Você vai ser uma grande advogada.
– ele disse, e sorriu fraco.
- Eu... – não conseguia dizer.
- Você vai se atrasar para o voo.
- Ok.
- Tchau, Sel.
- Tchau, Jus. – meus olhos
marejaram.
Entrei no banco de trás do táxi, meu
coração se apertou. Olhei para trás e Justin estava lá, encarando-me com os
olhos tristes. O carro começou a andar, mas eu não poderia ir assim.
- Pare, por favor. – pedi e assim o
motorista freou.
Abri a porta do carro com rapidez e
corri de encontro aos braços do meu namorado, meu melhor amigo, o homem certo
pra mim.
- O que você está fazendo? – ele
perguntou ainda me abraçando.
- Eu não poderia ir embora assim.
Ele estava confuso. Beijei seus
lábios com carinho e delicadeza. Minhas mãos estavam em sua nuca e também
acariciavam seus cabelos dourados. Ele me prendia em si, como se não quisesse
me soltar jamais. Em meio ao beijo, coloquei o papel em seu bolso. E então,
separamos nossos lábios com dois selinhos.
- Eu te amo! – afirmei.
- Eu também te amo.
Dei-lhe um beijo a bochecha e segui
novamente ao carro, desta vez, partindo.
P.O.V Justin Bieber
E ela entrou no táxi novamente,
depois do último “eu te amo” dito por ambos.
Coloquei a mão no bolso de trás de
minha calça, e lá estava a carta de admissão de Harvard, mas com algo
diferente. Escrito de caneta roxa, em letras grandes, por cima de todo aquele
texto que acabara com meu amor, estava a caligrafia perfeita de Selena,
transcrevendo: NEM 3.000 KM IRÃO DESTRUIR MEU AMOR POR VOCÊ!
FIM
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